domingo, 13 de agosto de 2023

ESTAMOS TODOS NA FILA...


Eu nunca havia sepultado alguém tão próximo a mim.

O dia de ontem foi um misto de sentimentos. A dor da despedida se misturava com uma ponta de alívio por conta de saber que o sofrimento da batalha estava sendo maior do que a luta pela permanência.
Ela se foi. Levamos o corpo para a sua última morada.
A melhor parte da sogra já está na glória, onde não há dor, lágrimas, sofrimento. Para os que ficam, as boas lembranças: generosidade, as festas que uniam a todos, o pavê insuperável do Natal, o almoço do Ano Novo. Sempre havia um batonzinho de presente pra mim, um mimo na Páscoa, um "feliz aniversário, pretinha".
Os áudios estão ali no celular. As mensagens aqui no inbox do Facebook. Se para mim dói, não consigo sequer mensurar a dor das meninas (filhas) e do filho, nem do "seu" Cardoso, companheiro quase que da vida toda.
Ao final de tudo, o inevitável alarme interno: estamos todos na fila para este grande dia.
Não sabemos nosso número na Grande Chamada. Que a gente siga pavimentando essa estrada de ida fazendo boas escolhas, tentando manter a paz com todos e lembrando de amar a todos em vida.

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FLORES EM VIDA...

Eu, que amo tanto falar, estou sem palavras.

A sogra partiu.

Mesmo estando separada há mais de uma década, ela seguiu sendo a “sogra”, uma forma carinhosa que eu a chamava que ficou como nome.

Ela foi extremamente importante pra mim. Muito. De uma forma que muitos não entendem. Graças a Deus, sempre tivemos uma ótima relação. E se um dia houve algum ruído, eu não ouvi. O barulho da importância dela era infinitamente maior.

Ela foi essencial para que eu pudesse chegar aonde estou. Foi ela quem cuidou do meu filho quando eu tive que voltar a trabalhar. Durante todos esses anos, ela custeou todos os seus estudos e pagou todos os cursos que ele quis fazer. Ela investia tempo, histórias, conhecimento.

No dia do meu aniversário de 40 anos (foto), eu a homenageei: uma mulher viúva, com 3 filhos, vindo pro Rio com a cara e a coragem.

CO RA JO SA!

Palavra que a define. Com coragem enfrentou um câncer. Com coragem, enfrentou qui
mio, rádio. Ela não perdeu a batalha: ela ganhou o céu!


A nós nos resta a dor absurda, o choro, um nó.

Seguirei honrando o seu nome, sogra. Obrigada por tudo. Tão pequena na estatura, mas gigante em coração.

Sentiremos muita saudade!

#luto #janiraporto #voltoupracasa



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sexta-feira, 24 de junho de 2022

O tempo e suas lembranças...

 
TEXTO ESCRITO EM 24 JUNHO DE 2015...

Estou sentada na beirada da minha cama. São 22h e alguns minutos. Do meu quarto, ouço, bobamente, Nanda e Duda "conversando". Riem de não-sei-o-quê, logo depois de falarem coisas que não distingo. Minha vontade é ir lá, sentar no chão em frente aos berços, e me divertir com elas. Mas confesso: estou cansada. E sei que elas também estão. Se eu for lá, acenderei uma fagulha que está prestes a se apagar.
Nanda está soluçando de tanto que riu. Duda deve estar cansada da conversa e, provavelmente, está chupando o dedo (ô mania!), pois só a Nanda está falando. Entre soluços, mas está falando. Essa gosta de papear, não sei a quem puxou hahaha.
Eu sei que já disse isso, mas jamais vou me cansar de dizer: eu precisava delas!!
Fez-se silêncio... Aquela vontade de espiar pela porta... Mas sempre que faço isso me dou mal: uma delas está virada pra porta e cai bem dentro dos meus olhos. Vou esperar mais alguns minutinhos...
Graças a Deus, há uns 2 meses elas dormem direto. Eu que acordo, às vezes, com o barulho delas se mexendo no berço. Aquelas noites insones passaram. Hoje já consigo dormir 6h direto. Para mãe gemelar, é uma bênção e um milagre... E eu precisava de ambos...
Espiei: cederam ao sono... E eu, tão durona e fortaleza, me permito chorar olhando tamanha perfeição. São lindas, saudáveis e cheias de vida. Um presente que eu não merecia, mas precisava.
Durmam bem, filhas. A mamãe estará sempre aqui...



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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Quando as lembranças do "Face" me (re)lembram de outras coisas...

Hoje, dando uma olhada no "Efebê", ele me lembrou do texto abaixo, escrito em 10 de janeiro de 2020. 

Ele faz menção a outro texto, logo abaixo dele, que data de 2014, um ano antes dos meus 40.  Ano que vem faço 47. O tempo segue seu curso e rumo e eu, eu me orgulho demais do que me tornei ano após ano!


10 DE JANEIRO DE 2020

Faço 45 mês que vem, e esse texto me levou de volta a 2014. Estava no finalzinho da gestação de Nanda e Duda, chorando mais do que rindo, um caco emocional, vivendo um dia de cada vez e lutando pela minha saúde emocional, após um ano destruidor como foi 2013.
Eu ainda choraria muito, me separaria definitivamente, pediria o divórcio, ficaria absolutamente sozinha com dois bebês e um pré-adolescente...
Mas eu fazia planos. Eu queria sobreviver, eu queria continuar. E realizei o sonho de fazer uma festa pra mim a caráter, do jeito que sempre quis... e renasci pra ser a mulher maravilhosa que sou hoje.

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10 DE JANEIRO DE 2014


Ano que vem, chego aos 4.0. Nossa, 40 anos!

Quando eu tinha 15, pensava: "Putz, quando eu tiver 15, devo estar morta de velha..." Tudo bem, eu era uma idiota aos 15, como era a maioria de nós (se você tem 15, está vivendo essa fase de achar que você sabe tudo, que só você sofre, que ninguém te entende, que seria melhor ter 18, que não vê a hora de sair de casa, porque sua mãe enche o saco, etc etc etc = fase idiota)...
Cheguei aos 20, me formei aos 22. Me casei aos 25; aos 30, já era mãe do Filipe, o maior presente que Deua poderia me dar. Os anos se passaram e cá estou eu vendo a fase eterna do "enta" chegar rápido.
Se tenho alguma crise? NENHUMA! Não tenho problema algum em dizer a minha idade e AMO fazer aniversário (meus amigos é que sabem). Se a sociedade torce o nariz para quem tem algumas marcas de expressão e os primeiros cabelos brancos, o problema é dela, não meu. Me acho linda (tá, me acho bonita, pronto), sou produtiva, trabalho, pago minhas contas, serei mãe novamente (gêmeas!!!), claro que nem todo dia é bom, mas sigo em frente, porque eu sei quem vai à minha frente...
Jamais trocaria o que sou hoje para ser, novamente, aquela menina que eu era aos 20. Ah, aos 20, você tem pele de pêssego, come duas caixas de bombom e não engorda meio grama, quase nao tem preocupações reais. Mas somos burras aos 20. Tomamos decisões erradas por pura falta de conhecimento. Quebramos a cara, sofremos horrores pra depois ver que, aquilo que a gente pensava ser o fim do mundo, não era nada mais nada menos do que nada...
Enfim...
Voltando ao papo dos 40: ano que vem, pela primeira vez (e se Deus permitir), quero eu mesma fazer a minha festa, que já tem tema: Mulher Maravilha (podem rir kkkkkkkk). Imaginem eu divando de MM!!! Vai ser lindo!!! Hahahaha e já combinei com a Viviane Novarine que ela será a minha cake designer!
Que venha o dia 25 de fevereiro de 2015!



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domingo, 17 de outubro de 2021

PORQUE OS SONHOS NÃO PODEM MORRER...

É nessa casa que eu moro aqui em 2036.

As meninas cresceram, já trabalham, têm suas vidas definidas. E eu respiro aliviada por tudo ter dado certo.

Saí do Rio e vim para uma cidade do interior, curtir a vida leve que eu mereço agora.

Eu, Boás (um gato amarelo que ganhei) e o Caramelo (um vira-latas que me adotou) somos muito felizes aqui, longe da cidade grande e de sua agitação tão peculiar, algo que não combina mais comigo.

Ando de bicicleta elétrica, tenho uma piscina com aquecimento solar e sento na minha cadeira aqui na varanda quando quero repensar a vida. 

Um barulho na cozinha me traz à realidade de 2021, ano que ainda estou. Agora eu tenho 15 anos pra fazer o sonho da casinha acontecer de verdade! Porque os sonhos... os sonhos não podem morrer.









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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Tanta coisa aconteceu...

Oi, tudo bem? Eu sou a Ana Paula. Ou Ana. Ou Paula. A escolha é sua, está tudo bem. 

Qual eu gosto mais? Ah, eu acho "Paula" bem sonoro. Acho "Ana" doce. Ana Paula é muito "cara de mãe me chamando pra bronca". Inclusive, no primeiro texto aqui do blog, eu falei sobre o "NaPaula", como eu - muitas vezes - carinhosamente me chamo e que deu origem ao nome deste distinto local. Depois, se tiver um tempinho, eu acho que seria bem bacana começar por ele a leitura. Mas vamos em frente!

Bem, há dois anos não escrevia nada aqui. Tanta coisa aconteceu... Meus dois últimos posts foram memórias externadas de momentos bem difíceis que já passei. E eu os coloquei aqui para (me) lembrar que o momento em que eu estava (quando os publiquei aqui) não seria "eterno".

Eu havia acabado de ser demitida da empresa em que trabalhara por 12 anos. Doze anos. E eu estava meio desnorteada, sabe, precisava acender em mim a chama da esperança novamente. E assim os textos nasceram.

Bem...

No meio desse hiato temporal, veio a pandemia. Caramba. Eu me lembro perfeitamente que busquei as crianças na escola naquela sexta, 13 de março de 2020, achando que, ok, quarentena de 15 dias que, para mim, seria de, no máximo, 30. Cá estamos em 2021, mais de 1 ano e meio de uma luta insana contra um inimigo invisível que levou quase 600 mil brasileiros. Graças a Deus, chegaram as vacinas, mas muitos não tiveram acesso a elas a tempo. É muita dor ver pessoas perdendo seus amores...

No meio desse furacão, eu voltei a trabalhar, crianças em casa. A home virou office, virou school, virou um eterno acordar e dormir sem fim. Ansiedade bateu doído: medo do futuro, de não sair dessa bem, de não ver meus filhos, de parar num hospital, de morrer. PANDEMIA, né, podia acontecer com qualquer um.

Eu vi a balança bater nos 70kg, do alto dos meus 1,59cm. Compulsão alimentar, ansiedade e tendo que me equilibrar na minha lida materna atípica (eu já falei que tenho filhas autistas?). A pressão gritou, eu quase caí. E lá vamos nós de remédio. Tive medo da depressão, confesso. Quem já saiu da caverna uma vez sempre teme as sombras.

E chegou 2021. Sobrevivi. Sobrevivemos. As coisas seguem ruins, mas é um ruim diferente. A gente reclama, mas agradece por estar vivo (apesar de tudo). Não sei se você me entende.

As meninas seguem rumo ao melhor delas. Filipe fez 19 anos, você acredita? O Rico morreu (fez 1 ano ontem) e eu adotei uma cachorrinha de rua, a Mel.

Os dias, às vezes, passam vagarosamente rápido e rapidamente devagar. Mas a gente segue. Porque seguir em frente é o que nos resta!

Espero que goste do blog, que leia tudo, que comente, que me diga o que achou. Vou adorar saber!

Até a próxima!






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sexta-feira, 7 de junho de 2019

Um novo tempo está por vir...

Meu filho tinha cinco meses, quando o pai dele ficou desempregado. Eu havia acabado de voltar da licença-maternidade, não ganhava muito onde trabalhava e o salário dele era fundamental para o pagamento de todas as contas que tínhamos... 

Ele era funcionário de uma empresa de vigilância, à época, e, para melhorar o salário e dar uma folga nas contas, aceitou entrar numa escala louca, chegando a trabalhar até 36h sem folga. 

Um dia, o corpo mandou a fatura. Quase para terminar um desses plantões, ele se sentou no banco do carro, para esperar que um dos caminhões fosse abastecido com a carga que ele iria escoltar. Cochilou sem perceber. Uma pessoa passou por ele, tirou uma foto e mandou para a empresa. A foto chegou ao RH e às mãos do temido Capitão Veloso, PM reformado, chefe dele, que tinha a fama de ser o cão chupando manga num pé de mariola e não tolerava nenhum 'furo' dos funcionários.

Ao chegar à empresa, depois do dia de serviço, a carta de demissão por justa causa já tinha sido feita. Teve que deixar o uniforme e o crachá la, aquela confusão. Seus supervisores disseram pra ele não assinar nenhum papel. Que fosse pra casa e voltasse no dia seguinte. Iam tentar falar com o 'capitão' e esclarecer as coisas...
  
Em casa, conversamos sobre o assunto e eu disse a ele; faça o que pessoal disse e vamos orar... 

Na manhã seguinte, ele saiu como se fosse trabalhar. Fui pra sala, coloquei todas as minhas contas no chão e apresentei meu filho ao Gerente das nossas vidas (escrevo aqui em lágrimas)... Cantei o refrão da música "Tua unção", da Denise Gonçalves e do pastor Samuel Silva em meio à oração (Uma só palavra que Deus mandar vai fazer a minha vida mudar...) e CRI que o Senhor poderia reverter aquele quadro...
  
Quando ele chegou à empresa em que trabalhava, ninguém havia conseguido falar com Capitão Veloso ainda. Mas ele sentiu dele mesmo ir lá. Na porta da sala do 'homem', uma carranca enorme, daquelas que alguns pescadores usam em seus barcos. Bateu... Mal deu o segundo toque, o chefe abriu... "O que você está fazendo aqui ainda?!?", perguntou com aquela delicadeza de quem não dormiu bem à noite... "Eu queria me explicar..." e, por esses milagres que só Deus faz, ele o ouviu... Não durou 5min... Capitão Veloso abriu a mão e disse. Eu só tenho 3 dedos. Os outros dois eu perdi em um acidente de trabalho e, por isso, nem conto quantas vezes eu dei ouvidos a funcionário... Não sei o porquê, mas vou te dar um chance. Pegue sua roupa e vá trabalhar... E não erre de novo...

Em 2010, já na Graça Music, eu recebi os líderes do Ministério Nova Jerusalém na minha sala. Eles estavam iniciando um novo projeto e Deus permitiu que nossos caminhos se encontrassem... Contei pra eles o meu testemunho, meio que os tietei na cara dura, mas mantendo a linha de gerente, né? Pra minha alegria, o CD O Tempo de Deus foi lançado com essa parceria e rendeu muitos frutos.

Estou contanto isso para te ajudar de alguma forma e para lembrar a mim mesma que por tantas vezes nós já vimos o Senhor, sabe... Ele já nos livrou e abençoou tantas vezes e de formas tão diferentes... Não devemos desistir de confiar que Ele ainda nos vê e que   ira se levantar do trono para estender o Seu cetro em nossa direção.

Continua firme aí. Aqui também eu ficarei de pé... 

 

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